Those that I miss

Hoje eu não irei escrever nenhuma crônica engraçada ou politicamente engajada. Literalmente serei levada pela saudade que tenho daqueles que estão longe, mas que me são muito queridos!
Mélisse, minha prima. Apesar de ser mais velha, eu ela e minha irmã (também mais velha) vivíamos grudadas. Descobrimos o mundo juntas. Por sermos as únicas mulheres da família (no quesito primos), tínhamos que manter a cumplicidade. Paqueras, altas praias e amores platônicos. Vivíamos em um mundo de sonhos, onde não tinha espaço para a malícia. Coisa rara hoje em dia.
Bruno e Nani, meus primos queridos, que fizeram parte da minha infância e adolescência. Crescemos juntos e passamos por várias coisas. Eu era obrigada a levar um deles para qualquer festa que fosse. Minhas amigas já estavam até acostumadas… Qualquer convite tinha que ser para 3. Diferente de outros primos, eles me deixavam solta! Nem se preocupavam comigo. Na realidade, era eu que tinha que caçá-los ao final da festa, ou não poderia voltar para casa…… Nani está em Salvador, Bruno em Itabuna, um pouco mais longe.
Gordo (vulgarmente conhecido como Zico). Soube se aproveitar da onda de acompanhante de festas. De uma, nunca me esquecerei. Foi em uma boate que estava na moda, naquela época, onde ele lançou uma dança exclusiva, à la “Nos tempos da brilhantina”. Quando eu vi aquilo, corri da pista, procurando um lugar para me esconder. E ele resolveu dançar justamente com a aniversariante!! Pronto! No dia seguinte eu estaria queimada da escola. Fiquei esperando pela reação dos presentes…. e nada aconteceu. Quando olhei de novo para a pista, não pude acreditar no que meus olhos viam: a aniversariante dançando igual a meu primo. Eu não sabia se ria de alívio ou se chorava pela cena que se desdobrava na minha frente. Resolvi relaxar e deixar para gozar eternamente dele depois. Hoje ele é um super advogado e bom confidente. Um dos poucos exemplares da família que consegue guardar um segredo às 7 chaves.
Deco. Graças a ele eu nunca fui a nenhum passeio da escola onde fosse obrigatório dormir fora de casa. Ele conseguiu convencer meus pais que nesses passeios aconteciam as piores coisas! Durante a minha adolescência, senti muita raiva por isso. Mas com o passar do tempo, percebi que essa era a forma que ele tinha de expressar seus ciúmes. Como ele aprontava muito com as garotas, tinha medo que fizessem algo parecido com uma de suas primas. Esse está muuuiiiitooooo longe. Barcelona.
Manjericão e Bico. Primos gêmeos, muito ciumentos. Bico deixava isso bem claro. Manjericão disfarçava. De natureza dura, fazia (e ainda faz) questão de deixar claro que é o tal. Gozador nato, finge, ou melhor, tenta disfarçar que não está nem aí. Acha que assim é mais forte. Mas tem um coração imenso!!! Para não dizer manteiga derretida. Lembro que eu, irmã e prima tínhamos um problema seríssimo! Eu tinha 15, minha irmã 16 e minha prima 17. Até então nunca tínhamos conseguido chegar perto de qualquer menino. Sempre vivíamos escoltadas. Revoltadas, em um baile de carnaval, resolvi encarar. Pela primeira vez na minha vida, fiquei com um cara. De repente, só ouvia uns gritos: “É Paloma”; “Vou matar aquele cara!”, “Quem ele pensa que é!”; “Vamos encher ele de porrada!”. O cara que me acompanhava, assustado, perguntou se aquelas pessoas estavam falando de mim. Eu, disse que sequer os conhecia. E continuei no meu processo de descoberta. O irmão da minha dinda foi meu anjo da guarda nesse dia. Bem menor, em altura, que meus primos, conseguiu contê-los, para que eu pudesse viver a vida, como qualquer adolescente. Minha irmã e prima, vendo que nada de mal tinha acontecido, resolveram encarar também (mas longe dos olhos alheios). No dia seguinte, acordo e vou tomar café. Meus pais me olham diferente e dizem que meus primos já tinham contado o ocorrido. Sou obrigada a ouvir um pequeno sermão, mas foi menos pior do que imaginava. Nesse dia eu tive que atender a uns 7 telefonemas, explicar o ocorrido e o por quê da rebeldia. O mais hilário foi o da minha querida avó: “Minha filha, essa coisa de beijar é feio. Bonito é namorar segurando a mão”. É, a minha façanha da noite não poderia ter passado incólume….
Sinto falta daquela época e dos que deixei para trás. Mas o mais engraçado de tudo é que apesar da distância e da nossa idade, parece que o tempo não passou. O ciúme e cuidado deles ainda existe. E ainda persiste um lado de mim que é extremamente grata por isso. No final das contas, valeu a pena passar por tudo aquilo. Virou estória, virou saudade.


4 thoughts on “Those that I miss”

  1. Hernani Pedroso

    Palominha…ainda bem que pegou leve – kkkkkkkk agora, essa do Gordo eu não sabia não, na próxima festa de familia vamos botar ele para demonstrar todos os conhecimentos de dança…
    beijos e muitas saudades
    Nani

  2. PA, FOI ÓTIMO.

    NA VERDADE OS MELHORES PRIMOS DA SUA ADOLESCÊNCIA FORAM: EU E NANI. SE DEPENDESSE DE NÓS VC TERIA DESCOBERTO O MUNDO MAIS CEDO KKKKK.

    VC TAMBÉM NÃO LEMBROU QUE FUI EU E FLAVINHO QUE SEGURAMOS OS "SEGURANÇAS" NAQUELE BAILE NO BAIANO DE TÊNIS. KKKK

    VAMOS CONVERSA SOBRE ISSO DEPOIS.

    ESTAMOS INDO PARA O RIO NO DIA 23, FICAREMOS AI ATÉ O DIA 30, VAMOS MARCAR UM COME ÁGUA.

    UM BEIJO

    BRUNO E LEO

  3. Realmente vc desenterrou o passado hein??? Esta noite foi definitivamente inesquecível e muito engraçada. Ainda lembro a cara de fúria de Biquinho e manjericão….rsrsrs Foi FANTÁSTICO…
    Bjos,
    Monica

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