Quem sou eu?

Eu gostaria muito de conhecer uma pessoa que consegue viver sem se deixar influenciar pela expectativa que os outros têm dela. Realmente gostaria muito. Alguns podem chamá-lo de egoísta, mas acho que eu o chamaria de corajoso.

Primeiro são nossos pais, que nos dão amor, afeto, carinho. Investem na nossa saúde e educação e, na maioria dos casos, nunca nos pedem nada em troca. Sem percebermos, tomamos atitudes para agradá-los, seja a forma como tratamos aquele amigo insuportável, o curso de graduação que “escolhemos”, etc. Esse é o tipo de influência mais difícil de perceber. Pois não sabemos até que ponto são eles ou nós.

Depois vem nossos amigos, por quem fazemos de tudo para sentirmos incluídos, especialmente quando somos mais jovens. Talvez seja por isso que troquemos de grupos ao longo das décadas. Já não nos identificamos com alguns, a ponto de não podermos fazer concessões, sei lá. Conservamos aqueles que nos aceitam como realmente somos. Depois vem os namorados, marido/esposa, filhos, chefe, sociedade. Ai vem agrado para manter o namorado, amigo, emprego ou para que eles fiquem felizes ou para que eles percebam como somos bons, competentes, etc, etc, etc. Às vezes acho tudo isso um tanto sufocante. Quando paro para analisar quantas vezes deixamos nossos desejos de lado, é como se tivesse perdido um tempo valioso! Tempo em que se poderia descobrir quem realmente somos, para que viemos e onde vamos. Passamos a maior parte da nossa vida tentando suprir as expectativas dos outros, ou seja, a imagem que criaram de nós, e simplesmente não conseguimos nos livrar disso. Em alguns singelos períodos, temos consciência disso, mas depois ela se esvai. É como se tivéssemos medo em desapontar ou mostrar nossa verdadeira cara.

Algumas pessoas podem dizer que esse é o preço que pagamos por viver em sociedade, mas eu realmente não sei. Acho que não é a toa que existem inúmeros tipos de igrejas e novas religiões surgindo a cada dia. Nada contra elas! Mas acho que elas nascem da necessidade de se tampar um buraco, de se preencher algo que ficou perdido pelo caminho. Algumas pessoas conseguem saciar-se dessa forma, outras, continuam procurando, procurando, procurando…..

Bem, eu não sou nenhuma psicanalista, terapeuta ou sei lá o quê. Também não pode-se dizer que tenha uma experiência de vida que permita-me dizer tudo isso (afinal de contas, tenho APENAS trinta anos). Pode ser que eu esteja dizendo besteira, mas às vezes eu gostaria de ter mais espaço e liberdade de ser apenas eu mesma. E, por fim, caso você conheça a pessoa que mencionei no início desse texto, por favor, apresente-me à ela.

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