À serviço do consumidor

Vejam o que é globalização. Quem diria que é o consumidor que tem que adaptar-se ao local onde está?? A máxima sobre o cliente “ter sempre razão”, já era. Você, consumidor, que se adapte o meio… E rápido! Ou apenas irá se estressar, cada vez que pensar em sair de casa….


  • Uma vez eu fui com meu marido a uma pizzaria no interior da Bahia, na cidade de Vitória da Conquista. Pedimos uma pizza de calabreza, super básica. O local estava vazio e depois de quase 1 hora resolvemos perguntar ao garçom se ainda iria demorar muito. Para nossa surpresa, ele respondeu: “Não senhor. O cozinheiro só foi ali, rapidinho, comprar mussarela que acabou”.

  • Os vendedores do Brasil têm o costume de atender vários clientes ao mesmo tempo. Isso me irrita absurdamente! Mas por outro lado, é útil quando quero apenas uma informação. Na Espanha é bem diferente. Uma vez fui a uma loja de departamentos comprar botas. Os meus pés estavam congelados! Os meus sapatos “brasileiros” definitivamente não eram adequados ao inverno. Fiquei perdida e depois de quase uma hora, não conseguia achar o local das botas (em minha defesa, devo ressaltar que o prédio tinha 6 andares e não era muito organizado). Decidi procurar um vendedor. Todos ocupados. Me aproximei de um, apenas para pedir a informação básica, “onde ficam as botas”. A vendedora mandou eu aguardar. Insistir que queria apenas uma informação rápida. Novamente, só que rispidamente, ela mandou eu aguardar. Aguardei por quase 40 minutos. Na minha vez, ela disse que já estava próximo da hora da siesta e que, por isso, não daria tempo de me atender. Tive que voltar mais tarde.
  • Ainda nessa linha, uma vez minha mãe quase foi presa em Paris. A cidade que mais recebe turistas no mundo não gosta muito dos turistas. Estávamos na fila para comprar tíckets do metrô. Não tínhamos certeza se estávamos na direção correta e nosso francês era (é) sofrível. Minha mãe pensou em economizar tempo e passar na frente de umas pessoas apenas para tirar essa dúvida. Dada a minha experiência, eu IMPLOREI para que ela não fizesse isso. Mas ela fez. Ela não entendeu o que o funcionário tinha dito a ela, mas não tinha sido nada amigável. Tive a impressão de que ele apontou para o fim da fila. Minha mãe insistiu. Ele levantou, abriu a porta da cabine, começou a gritar com ela e falar um monte de coisas. Eu só entendia a palavra “Police, Police!”. Não pensei duas vezes: Puxei minha mãe pelos braços e sai correndo de lá.

  • Por outro lado, ainda na Espanha, eu liguei para um escritório de tradução juramentada para confirmar se eu realmente poderia passar lá no horário que eles tinham combinado. Vício de brasileiro. O cara tomou como ofensa e eu tive que ouvir dois sermões, por telefone e quando me encontrei com ele. Detalhe: O nosso encontro tinha sido agendado com 20 dias de antecedência!!!

  • Já do outro lado do Atlântico, liguei para um salão aqui no Rio para confirmar minha hora com a manicure e podólogo. Frisei que precisava ser atendida no horário. Ok, tudo certo. Quando cheguei, a podóloga ainda estava com cliente. Reforcei com a recepcionista que não poderia me atrasar. Ela disse que daria tempo. Enquanto isso, fui fazer a unha. Ao terminar, fui procurar a recepcionista e perguntei sobre a podóloga. Ela disse, “Ah! Ela vai se atrasar só uns 15 minutinhos tá?”. Olhei no relógio. Tinham-se passado 40 minutos. Olhei para ela e disse que da próxima vez não me daria ao trabalho de marcar hora, já que dá no mesmo. Ela nem se abalou.

  • Temos uma falsa percepção de que restaurantes em lugares dos Estados Unidos e Europa fecham tardíssimo (quando fecham). Uma amiga voltou de Nova York e disse que teve dificuldades em encontrar lugares abertos para jantar. Outra amiga que foi se casar em Las Vegas, tinha tudo programado. Sairia da Capela e iria jantar em um restaurante super-romântico que imita as ruas de Veneza. Bem, ela teve que voltar ao hotel com fome e brindar com água. Em pleno verão, os restaurantes fechavam às 22 horas!!! Na Espanha, eu já fui expulsa de um restaurante na hora do almoço. A cozinha fechava às 15 horas. Amavelmente, o garçom disse que se eu quisesse alguma coisa, teria que pedir logo. Como não pedi, 5 minutos depois, ele chegou com a minha conta. Singelo, não?!

2 thoughts on “À serviço do consumidor”

  1. Acabo de vir por acaso do blog http://penaafrica.folha.blog.uol.com.br/ o qual você deixou um recado mostrando seu blog. O seu é muito melhor a pensar na postagem de 31 de julho 2009 (à serviço ao consumidor). É isso mesmo o que sinto. A burocracia nos aferra em todas partes do mundo. E neste mundo falsamente interligado, nem é possível demonstrar seu afeto em termos nacionais (no mínimo racional possível dentro das espectativas mundialescas) Espero tornar seu leitor assíduo.

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