Estou em uma fase entediante. Voltei de férias sem o mesmo pique de antes. Hoje mesmo, numa clássica sexta-feira, passei quase que o dia todo batendo papo no trabalho, ouvindo as histórias de uma colega que tem uma experiência de vida incrível. Antes que vocês pensem que eu estava enrolando no trabalho, deixem-me explicar. Fiz apenas uma pausa estratégica e necessária, para que meu cérebro voltasse a funcionar como antes (ainda não funcionou, mas continuarei tentando!).
Posso arriscar e dizer que Tueta viveu na época dos Anos Dourados. Ela viveu a ditadura, guerra mundial, a belle époque da moda em Paris e conheceu pessoas como Alain Delon. Pode-se dizer que ela foi amiga de Jango e sugeriu que Victor Hugo abrisse uma loja no Brasil (sim consumidoras, agradeçam a ela!). Tudo muito básico, né?! Acham que é só?! Já sugeri que ela publicasse um livro de memórias. Faria o maior sucesso!
Ouvindo suas aventuras, me dei conta de como a minha vida é sem graça. Há poucos meses atrás estava super animada, achando que estava fazendo uma travessura ao contratar um personal trainner para me ajudar a realizar meu sonho de fazer um book fotográfico (que ficou um arraso, por sinal). Depois fiquei envolvida com minha super viagens de férias. Agora que tudo isso acabou, me deu uma angústia…. Conversando com Tueta descobri o motivo: Preciso de uma nova história. Mas uma de verdade e não um novo book ou uma nova viagem. Mas preciso fazer parte de algo. Algo que conte.
Não venham dizer que eu preciso fazer terapia, pois eu já faço. Mas vejam se eu não estou com a razão: Na época dos nossos pais, os jovens literalmente precisaram se juntar para derrubar uma ditadura. Era necessário lutar para ter o direito de ler um livro, ouvir uma música, viajar, respirar! Tudo era difícil e a maior parte dos jovens se engajava em um projeto que, literalmente, iria beneficiar toda a coletividade. Hoje, temos tudo fácil, não precisamos lutar por nada. O livro, a música, está à mão. Aliás, a música nunca esteve tão fácil! Pense em uma e em menos de um minuto você consegue fazer o download. Nada de varrer as lojas de CD atrás daquele álbum esgotado. Nem pra isso a gente se esforça mais. Estudar, ficou fácil. Fazer uma pós então, nem se fala! Qualquer um pode fazer (e passar). Por isso eu preciso de uma nova história, ou desafio, senão enlouquecerei.
Não preciso virar mártir de nada ou virar famosa. Quero fazer apenas algo que importe, que faça a diferença e que não seja fútil. Algo que eu possa contar para os meus filhos (quando Deus quiser, literalmente!) e que faça a diferença. Pensei em ir pra África. Se fosse há uns anos atrás, nem pesaria duas vezes! Mas hoje estou acorrentada (no bom sentido, amor), por isso tem que ser algo por aqui mesmo.
Me filiar a um partido político, não rola. A política partidária me embrulha o estômago. Se eu ainda estivesse precisando emagrecer, até que encararia. Mas já não é o caso.
UNE, nem pensar! Já se foi o tempo em que ela realmente pensava nos interesses dos estudantes. E depois, venhamos e convenhamos! Já tenho 3.0 anos. Daqui a pouco farei 3.1! Pegaria super mal!
Poderia iniciar um movimento social contra alguma coisa. Sei lá. Contra a corrupção, a fome, miséria… Mas hoje a sociedade ficou tão individualista, que meu movimento não iria a diante e eu perderia o ânimo bem rápido.
Bem, o que sobrou?! ……………Dura realidade ter que admitir: Não me ocorre mais nada.
Enquanto não vem a grande história, acho que terei que me contentar com as menores… Quem sabe um novo book fotográfico, com menos photoshop! Essa pode ser minha nova meta. Talvez, daqui há alguns anos meus descendentes achem até isso legal, curioso, de tão pré-histórico que é. Não sei, tenho que pensar. Pensar e encontrar uma nova história para viver.
P.S: Aceita-se sugestões.
Não sei como são seus projetos para a maternidade, também detesto dizer a alguém que "está na hora de ter filhos", pois somente ao casal cabe decidir o momento certo, mas uma coisa é certa, depois que isso acontecer, nunca mais você terá um tempinho para pensar numa nova história, pois além de absorver todo o seu tempo, cada dia é um capítulo diferente!!!
Amei!! Não é que parece ser verdade?! Minha irmã que o diga….
Quem sabe um dia….
Beijosss