Hoje é o dia do Índio e não tem como deixar de lembrar o momento em que meus filhos conheceram um, ficando encantados com o assombro dele ao ver um celular de perto. O nome dele é Araçaí.
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Ele chegou perto da gente devagar, desconfiado. Olhando de longe a tela do celular, enquanto os meninos jogavam. Para ele, tudo aquilo era novidade, até o refrigerante que eu bebia. Mas para o meu filho mais velho, ele era a atração.
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– Você estuda em escola?
– Não. Estudo na minha aldeia
– Como você chegou aqui?
– Vim andando. Atravessei o rio com minha tia
– Você tem brinquedo?
– O que é brinquedo?
– Brinquedo, sabe? Bola, carrinho de controle remoto…
– Não. Não tem brinquedo na minha aldeia
– E como vocês se divertem?
– Correndo, subindo em árvore, fazendo buraco na terra….
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Essa é uma daquelas vivências que valem mais do que tudo e que compensam qualquer perrengue que você tenha passado durante uma viagem de carro que durou 4 dias e mais de dois mil km rodados. É um daqueles momentos em que você quer memorizar cada gesto, palavra, trejeito, porque você tem a certeza de que nunca mais passará por algo semelhante.
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Eu sei que meu filho ficou curioso com tudo aquilo. Mas sei também que meia hora depois, aquela vivência já era passado. Mas pra mim não. Sempre que olho essas fotos um turbilhão de emoções vem a tona. O privilégio em ouvir Araçaí que chegou tão casualmente. De ouvir da sua boquinha (e não através de livros) sobre como a sua vida ainda é diferente (graças a Deus). Sobre a diversidade incrível que temos nesse país.
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Pensar que aos poucos estamos perdendo tudo isso é assustador. Preservar o povo indígena é imperativo. Além de toda a sua importância cultural, sociológica, são eles que de uma forma ou de outra nos conectam com o bem mais valioso, a natureza. E nunca é tarde para honrar e resgatar esse patrimônio.
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E você? Já teve alguma experiência impactante como essa? Conta para mim nos comentários.
