Se em março, em pleno início da pandemia, me dissessem que até o fim do ano eu escreveria e publicaria um livro e que o mesmo estaria a venda na Livraria, um dos locais que eu mais amo no Rio de Janeiro, eu diria, “Só em sonho!”
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Não estava nos meus planos. Aliás, sequer estava no meu radar.
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Por muitos anos eu fui condicionada a planejar, executar e controlar. Eu precisava projetar aonde eu queria que a minha carreira estivesse nos próximos 5 anos (exercício surreal para uma sagitariana como eu). Foco, determinação, eram as palavras de ordem. Mas confesso que esses planejamentos nunca funcionaram para mim. De uma certa forma, a vida sempre me levava para outro lado. Era eu lutando contra a minha natureza.
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Então o mundo “parou”. E com isso eu me permiti não ter planos. Não ter metas. Me deixei navegar sem rumo, a deriva, indo para onde a correnteza me levava, guiada apenas pela curiosidade. Para onde ela pode me levar? Até onde consigo ir? Sem pressão, sem metas, sem pressa. E o resultado foi esse. Meio que devagarinho, como brincadeira comecei a rascunhar uma história que se tornou muito maior do que qualquer planejamento pudesse prever.
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E o que vem agora? Não sei. Resolvi abraçar a minha natureza e não especular muito sobre o futuro. Vou seguindo o fluxo do rio. Afinal, encontrar algo que te faz feliz e realizada, perto de completar 42 anos, já é um privilégio e tanto!